quinta-feira, 13 de setembro de 2018

2ª Vivência - Chácara Sol Nascente Permacultura e Biodinâmica


Na Chácara Sol Nascente encontramos um ponto cego, sabe aquela falha do sistema? Ali as coisas fluíam diferente. Conhecemos pessoas que dia a dia procuram melhorar, buscando conexão com a essência e através da Agricultura Biodinâmica, fazer diferente, ser diferente.

O que era para ser 30 dias de voluntariado se tornaram 60 de muito aprendizado, observação e autoconhecimento. Por que ficamos o dobro do tempo? A reposta é simples e ao mesmo tempo complexa. Nosso coração quis ficar. Encontramos ali aconchego e pessoas maravilhosas que farão sempre parte de quem somos.

As atividades da Chácara são, em resumo, preparos biodinâmicos, agrofloresta, horta, bioconstrução, pedagogia e cuidados com o lar. Logo no primeiro dia, cedinho, vimos algo fantástico acontecendo. Todos se reuniram para realizar a abertura do dia, com uma sequência de movimentos chamados de eritimia, prática que vem da Antroposofia. Como esse simples e rápido ato diário nos fez refletir. Quantas inúmeras vezes não nos demos conta do sol. O que seria da vida sem sua luz? Nesses momentos começávamos a entender um pouco do nome dado a chácara.

Muito aprendemos na horta e agrofloresta, mas foi a bioconstrução que nos fez chacoalhar. E estávamos lá para isso, para quebrar crenças que estão encrustadas em nós e não sabemos o por que.  Vimos que para se construir deve-se ter mais vontade que dinheiro, mais empenho do que cimento. Nas paredes, reboco e piso, a matéria formadora era apenas a terra, a areia da estrada, casca de arroz e ripas de madeiras entrelaçadas. Somente. Tudo da própria chácara ou do lugar mais próximo possível.

Incrível foi perceber voluntários do mundo todo vindo para essa preciosidade no interior do Rio Grande do Sul para conhecer, desfrutar e levar um pouco disso para suas vidas. Fluxo é vida. Foi essa fluidez que nos prendeu.

Apaixonante foi conhecer a agricultura biodinâmica. Prática difícil de ser explicada mas fácil de ser sentida, considera a interrelação entre o solo, plantas, ou seja, a natureza como um todo, e utiliza a astronomia como aliada para ditar os ritmos de plantio, colheita, poda e afins. Essas técnicas nos abriram os olhos para uma nova percepção de relação com a terra. Começamos a perceber com mais carinho o poder do sol que sempre está a emanar energia, a água que com sua fluidez é fonte de vida, as plantas, cada um de nós. Fazemos parte desse todo chamado natureza!

E junto a tudo isso, o viver que é realmente em comunidade. Será que sabemos o que é viver em comunidade? Acho q dessa vez aprendemos um pouco. O movimento social é a maior segurança que podemos ter. Nesse momento, nos perguntamos porque andamos tanto tempo desconectados uns dos outros. Vimos na prática que se existisse uma fórmula pronta que resumisse o viver seria somar o que cada um é. Ali sentimos isso. Somos gratos de coração e alma a todos os queridos que conhecemos nesses meses. Ao mestre Simon que mesmo no silêncio ensinava. Com ele vimos a importância de se observar a natureza. A resposta pra muita coisa está nela, basta olhar para ver.

Sentimos unidade. Sentimos tudo estar realmente conectado. Para nós essa frase resume o que vivenciamos nesse lugar. Tudo esta conectado e mal nos damos conta, cada passo, cada movimento, cada respiração, cada pensamento ressoa no universo.

Partimos da chácara. Mas em nós, levaremos a simplicidade de viver, de se enfrentar desafios e de se relacionar com a natureza.

Como dizemos, que muitos sóis nascentes possam aparecer em nossas vidas, dia a dia, despertar a despertar. Que nossas sombras sejam novas chances de luz. Somente gratidão a esse lindo projeto que esta sendo materializado e construído com cada ser que por ali passa e se reconstrói.




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